Capítulo 6.

Desculpem a demora em postar. Obrigada aos 15 membros do blog e boa leitura.

No corredor Nathan não conseguia ficar sentado. Ele andava de um lado para o outro apreensivo por não ter noticias de como Summer estava. Vê-la entrando numa maca por uma das portas largas do hospital foi angustiante. Os enfermeiros a levaram para longe dele, afinal, o garoto não poderia ser mais útil dali em diante. Entretanto, ele se sentiu impotente. Nathan desejou poder fazer algo mais por Summer. Desejou ele mesmo salvá-la daquele abismo. Ele não queria sentir isso. Summer o tratou mal. Ele nem a conhecia. Mas porque mesmo assim ele sentia aquilo tudo?

Nervoso ele passou as mãos pelo rosto e respirou fundo. Assim que ele viu um dos enfermeiros que havia levado Summer aparecendo em seu campo de visão, seu coração se acelerou.

– Foi você quem trouxe a garota com febre? – O homem alto perguntou.

– Sim. Como ela esta?

– Nós a medicamos. Ela está descansando. A febre dela estava em 39° quando ela chegou, mas está abaixando. Ela não corre perigo algum. Sua amiga vai ficar bem rapaz. Nós a colocamos em um dos quartos comunitários.

– Você pode conseguir um quarto só para ela? Eu pago o que for necessário.

– Se é o que você quer. Vamos transferi-la agora mesmo. Você pode acertar os detalhes com a moça da recepção, e assim que ela estiver confortável, eu o chamo para vê-la.

– Ok.

Nathan caminhou até a tal moça da recepção e respirou aliviado por saber que Summer realmente ficaria bem.

(...)

Ao abrir os olhos Summer pensou que ficaria cega pela claridade. Ela fechou os olhos rapidamente e foi os abrindo novamente, se acostumando com a luz forte acima dela. Nathan estava distraído encarando o próprio pé calço com um tênis recém adquirido, e não notou o gesto silencioso da garota. Com uma tosse involuntária ela chamou a atenção dele. E assim num pulo ele já estava ao lado de Summer.

A garota se surpreendeu ao ver o rosto dele ali. Sua ultima visão antes do desmaio fora o garoto e agora sua primeira ao acordar era ele também. O cérebro dela ainda se mantinha lento pelo que ela havia passado, mas a dor havia cessado.

– Você desmaiou. – Nathan achou sensato começar falando o que havia acontecido com a garota. – Você estava com quase 40° de febre quando eu te trouxe pra cá. Eles te medicaram e daqui a pouco você poderá ir para casa. – Summer lembrou de Nathan a carregando em seu colo pela casa. Ela se odiou por um segundo por ser fraca a esse ponto, mas logo se conformou silenciosamente. Ainda se acostumando com o ambiente, ela correu os olhos pelo quarto. Mexeu um pouco sua cabeça e notou que havia uma agulha em seu braço. Se virou mais um pouco e conseguiu ver a bolsa de soro. Ela havia se desidratado muito. Nathan esperou pacientemente que Summer o respondesse, mesmo que fosse o xingando por ajuda-la. Porém ela não disse nada. A garota escolheu não se pronunciar. Ela ainda queria entender o que toda aquela situação tinha significado. Além disso, ainda sentia uma leve raiva por ter ficado doente. Os olhos dela se voltaram para longe de Nathan. – Eu vou ligar para o Max e dizer que estamos aqui. – Ele se conformou com o silêncio, ficando levemente frustrado por não receber algum agradecimento, e saiu do quarto.

Já Max fez questão de agradecer ao amigo por ajudar Summer. Ele sabia que a avó cairia em profunda tristeza caso algo acontecesse com a garota diferente. Principalmente enquanto ela estava debaixo de sua responsabilidade. Depois de encerrar a ligação com Nathan, ele contou para os amigos o que havia ocorrido com Summer e assim todos entenderam que a noite de diversão tinha acabado. Milagrosamente, nenhum deles havia consumido álcool a ponto de ficar bêbado, apenas o suficiente para ficarem alegres e soltos. Após pedirem a conta e pagarem o valor divido em quatro partes, eles saíram do bar.

Tom levou Jay, Nareesha e Siva em um dos carros para casa, enquanto Max e Melissa se dirigiram ao hospital onde Summer e Nathan estavam. Ao chegarem lá, o casal ficou sabendo que Summer havia acabado de receber alta e poderia ir para casa também. Ela saiu do quarto em uma cadeira de rodas, por recomendação do médico para que ela não se esforçasse. E odiou os olhos dos três sobre ela. Novamente Summer se sentiu fraca e ela odiava essa sensação. Além disso, ela odiava que sentissem pena dela, e ali, numa cadeira de rodas ela era digna de tal sentimento. Sem ajuda de ninguém ela conseguiu entrar no carro e continuou sem proferir nenhuma palavra. Até Melissa, que normalmente faria mil perguntas escolheu ficar calada também percebendo o quanto a outra garota não estava confortável com a situação. Ela poderia conversar com Nathan depois.

Esse por sua vez já tinha deixado a raiva e frustração de lado. Agora Nathan só conseguia pensar no porque tinha se sentido tão atraído e pressionado fazer o possível e o impossível para tirar Summer daquela situação. Ele ainda queria que ela se livrasse totalmente da condição de doente. Vê-la brigando com ele e ironizando qualquer frase que saísse de sua boca era muito melhor do que ter o silêncio estranho dela.

Quando chegaram a grande casa, Summer juntou todas as forças que havia acabado de recuperar para sair do carro, entrar em casa e subir a escada sozinha. Ela não podia permitir que Nathan ou qualquer outro dos meninos a carregasse nos braços novamente. Ela achava que já tinha atingido o suficiente de humilhações. Mesmo que a madrugada já estivesse bem avançada, os outros garotos esperaram acordados e observaram Summer ir para seu quarto sem falar nada.

– Você devia ter carregado ela. – Melissa repreendeu o namorado.

– E você acha que ela iria deixar? – Nathan respondeu antes de Max.

– Aposto que ela nem te agradeceu por tê-la levado ao hospital. – Max deu seu melhor palpite e Nathan assentiu. – Ela é assim Melissa. Prefere fazer tudo sozinha. Prefere ficar sozinha. Quando estiver na hora do remédio dela nós a chamamos.

– Eu vou colocar meu celular para despertar. – Melissa muito prestativa tirou o aparelho do bolso e começou a programá-lo.

Assim todos, inclusive Summer, foram dormir esperando que o dia seguinte fosse apenas normal.

Summer acordou minutos depois, incomodada. Ela odiava admitir, mas devia sua vida ao Nathan. Agradecer por alguma coisa nunca foi o forte de Summer mesmo Clarice a ensinando sobre isso. Porém ele ficou ao seu lado o tempo todo. Ele podia muito bem tê-la deixado sofrer já que ela tinha o tratado tão mal. Summer bufou e se levantou depressa. Tomou um banho para relaxar, mas ainda estava agitada. Depois de se vestir, saiu do quarto, decidida. Ela tinha que fazer isso rápido antes que se arrependesse. Andando em passos largos Summer passou pelo corredor e abriu a porta do quarto de Nathan sem pensar duas vezes. Ela sabia que se parasse para pensar retrocederia e voltaria para o quarto dela.

Na ponta dos pés Summer andou lentamente para o lado da cama onde Nathan dormia serenamente. Ela observou o seu rosto. Até que ele não é feio. Ela pensou. Mas logo mudou o rumo dos seus pensamentos quando percebeu onde iria chegar com eles. Summer estava ali com o intuito de se desculpar mesmo que ferisse o seu orgulho e não ficar admirando a beleza dele. Sem nenhuma paciência ela agarrou braço dele e o sacudiu para que acordasse. Nathan se remexeu um pouco e lentamente abriu os olhos. Assim que ele estava plenamente de olhos abertos tomou um susto ao ver a loira ali tão perto dele.

– Santo Cristo. – Nathan exclamou automaticamente e deu um pulo de susto.

Summer revirou os olhos e deu um passo para trás. Incrível o exagero dele chamando algo que nem existe. Se fosse um bandido ele estaria morto e “Cristo” não estaria ali para ajudar. Ela esperou ele se recuperar. O mesmo se sentou e a encarou com dúvida. Summer bufou e foi direto ao ponto.

– Obrigada. – Ela falou e se virou indo em direção à porta.

– Ei. Ei. – Nathan se levantou e a chamou. A mesma voltou a encará-lo. Ela queria sair dali o mais rápido possível. Por algum motivo a presença dele a deixava nervosa.

– Você não precisa agradecer. Eu fiz o que tinha que ser feito. – Ele falou calmamente enquanto se aproximava. Summer bufou mais uma vez. Ela não precisa disso. A garota sabia muito bem que ele fez por obrigação.

– Poupe-me disso, Nathan. – Ela disse ríspida e ele franziu a testa. – Você fez isso porque se eu morresse suas fãs iriam ficar decepcionadas ao descobrir que você não é um príncipe encantado capaz de salvar alguém em seu cavalo branco. – Summer fez um falso beicinho e se virou para sair novamente.

Como é?! Nathan pensou. Num piscar de olhos ele deu dois passos em direção a Summer e a empurrou contra a parede ficando cara a cara. Ele estava com tanta raiva dela. Essa maluca não podia simplesmente aceitar as coisas?! Não, ela tinha que soltar alguma gracinha. Summer estava com o coração na boca. Ela foi pega de surpresa pelo movimento do Nathan. Seus rostos estavam próximos demais e dava para sentir o hálito dele. O par de olhos verdes estava encarando-a com fúria. Mas logo suavizaram e fitaram a sua boca. Uma sensação estranha apareceu nos dois. Ambos nunca tinham sentido isso. A mão esquerda de Nathan agarrou o queixo de Summer e sua boca se chocou com a dela. Sem pedir permissão a língua do mesmo invadiu a boca de Summer e um beijo forte foi iniciado. Um beijo carnal, cheio de necessidades. Summer pensou em resistir, mas acontece que o beijo estava bom. A loira passou os braços em volta do pescoço dele e com uma mão puxou fortemente o cabelo de Nathan o fazendo gemer durante o beijo. A mão direita do mesmo levantou a perna esquerda de Summer dando espaço para que a ereção dele roçasse em Summer. Ela soltou um gemido e intensificou ainda mais o beijo. A mão livre dele começou a passear pelo corpo magro dela e apertou a sua cintura. Nathan parou de beijá-la e voltou os beijos para o pescoço da mesma. O clima estava esquentando. Porém Nathan cometeu um erro. Acidentalmente e coincidentemente o polegar do garoto tocou uma pequena marca localizada na lateral do corpo de Summer, um pouco abaixo de sua barriga. Uma marca que fazia Summer se lembrar de tempos ruins. Num estalo ela se recuperou e a realidade de sua vida a puxou brutalmente. Assim ela teve forças para empurrar Nathan para longe. Ela estava ofegante, e sabia que tinha que sair dali. Sem dizer nada Summer saiu do quarto deixando Nathan extremamente excitado e confuso.

(...)

Summer observava quieta o inicio da entrevista com a The Wanted. Estava sentada ao lado de Melissa num canto da sala. Ela revirou os olhos com a fala animada do entrevistador para começar a gravação. Tudo ali era uma grande baboseira.

Haviam se passado alguns dias desde o incidente com a garota loira. Melissa quis incluir Summer um pouco no meio das atividades da banda e a chamou para ir a tal entrevista. É claro que Summer não aceitou e disse que iria fazer algumas compras. Esperta, a namorada de Max disse que eles poderiam deixa-la em seu destino após a entrevista. Summer ainda não conhecia a cidade direito e ainda não fazia ideia de como chegar a alguma área comercial, assim ela aceitou a carona de cara feia. Ela só queria que eles acabassem aquele compromisso e a deixassem em algum lugar.

– Qual foi o momento mais feliz de sua vida? – O rapaz que entrevistava os garotos perguntou direcionando seu olhar para todos. Nathan foi o último a responder.

– Eu não sei qual foi o mais feliz. Eu sou um cara feliz. Tenho muitos momentos bons... – Começou Nathan com um sorriso confuso no canto dos lábios. – Não consigo escolher um...

– E olha que ele teve tempo pra pensar enquanto nós respondíamos. – Tom provocou o amigo.

– Então responda contando um momento ruim. Algo que te deixou muito triste, ou uma sensação parecida. – O entrevistador refez a pergunta.

Nathan fixou os olhos verdes no nada por cerca de 2 segundos ou mais.

– Há uma semana mais ou menos eu passei por uma situação assustadora. Uma amiga de Max está morando conosco. O nome dela é Summer. Eu cheguei em casa de madrugada e vi que ela estava muito doente. Estávamos sozinhos e fiquei desesperado porque ela estava muito mal. Foi horrível. Me senti impotente. Eu a carreguei até o carro e para piorar a situação ela começou a dar sinais de que ia apagar. Eu pedi que ela se concentrasse em mim e aguentasse firme, mas ela ficou inconsciente. Eu tive muito medo de que ela morresse. Eu tive medo de perdê-la ali naquele momento. Foi muito angustiante. Agora ela está bem. Totalmente recuperada e eu espero que nunca mais ela me deixe preocupado assim.

Summer arregalou levemente os olhos ao ouvir toda a resposta de Nathan. O olhar dos dois se prendeu por longos segundos. Ele acabara de desmentir o que Summer pensava. Salvar a garota não tinha sido uma obrigação qualquer. Aquela madrugava havia significado mais do que isso.

A entrevista seguiu por mais alguns minutos, até que para o alívio de Summer a filmagem acabou. Ela saiu da sala praticamente correndo e foi para o elevador.

– Aonde você vai? – A voz de Nathan quase a assustou.

– Vou esperar vocês lá em baixo. Perto do carro. – Summer respondeu o garoto sem se virar para trás. Ela não admitia, mas não podia encará-lo no momento.

– Por favor, fique. – O garoto pediu para ela e tocou de leve em seu braço. Com o delicado toque de Nathan todo o corpo de Summer ficou tenso. O garoto percebeu a burrada que fez ao tocá-la e logo se adiantou para se desculpar. – Me desculpa, não toquei por querer.

Summer respirou fundo. Ela sabia que ele não tinha tocado por maldade.

– Tudo bem. Vou prefiro esperar no carro. – E com a resposta final a loira entrou no elevador.

Nathan ficou ali parado olhando para a porta fechada. Ela acabara de dizer ”Tudo bem”? Ele esperava algum xingamento da parte da garota, mas pelo contrário ela o respondeu calmamente. Summer está mudando?! Pensou ele. Um sorriso bobo apareceu no rosto de Nathan e ele voltou para onde os outros estavam.

Ah! O primeiro beijo...

COMENTEM! Até o próximo capítulo amores.